DIÁRIO
OFICIAL: ALUNOS PODEM USAR BANHEIROS DE ACORDO COM SUA IDENTIDADE DE GÊNERO
“Não queremos nem mais e nem menos direitos,
mas direitos iguais”, afirma ativista da causa gay.
Ficou estabelecido pelo Diário
Oficial da União em uma publicação realizada nesta quinta-feira (12) o uso de
banheiros, vestiários e demais espaços distinguidos entre os sexos feminino e
masculino, quando houver, de acordo com a identidade de gênero de cada um.
Além disso, estão estabelecidos
os direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros
(LGBT), nas instituições de ensino, onde será permitido o uso do nome social em
boletins de ocorrência registrados por autoridades policiais. Caso haja distinções
quanto ao uso de uniformes, também deve haver a possibilidade do uso conforme a
identidade de gênero.
O texto determina que a
garantia do reconhecimento da identidade de gênero deve ser estendida a
estudantes e adolescentes, sem que seja obrigatória autorização do responsável.
Fica ainda reconhecido pelas redes de ensino o nome social no tratamento oral,
sendo o nome civil usado na emissão de documento oficias.
As determinações estão na
Resolução 12 do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos
Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, da Secretaria
de Direitos Humanos.
A Resolução 11, do mesmo
conselho, estabelece os parâmetros para a inclusão dos itens "orientação
sexual", "identidade de gênero" e "nome social" nos
boletins de ocorrência emitidos pelas autoridades policiais. Ao incluir esses
itens, a resolução leva em consideração, entre outros, o Artigo 5° da Constituição
Federal que diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade.
“Não queremos nem mais e nem
menos direitos, mas direitos iguais”, afirma ativista da causa gay.
Para Marcio Bulle, que se diz
ativista da causa gay, a decisão não é boa em totalidade. “Não concordo
plenamente com todos os tópicos. Achei uma vitória para os transexuais e transgêneros,
poderem usar seu nome social até para registrar Boletim de Ocorrência. Mas, nas
escolas, acho que não vai dar muito certo banheiros distintos”, declarou.
Outras coisas ainda faltam
para a classe que se decidiu optar por outra opção sexual, explicou Bulle. “Muita
coisa ainda falta para a população LGBT. Alguns dizem que nós gays passamos por
vítimas e coitadinhos para exigir nossos direitos, mas isso não é verdade”,
enfatizou, citando alguns aspectos.
“Definição de família e adoção
são coisas ainda não conquistadas. Se meu familiar tiver o mesmo tipo sanguíneo
que eu e precisar de sangue, não posso doar porque sou gay. Políticas públicas
para criação de empregos às transexuais. São tantas coisas. Não queremos nem
mais e nem menos direitos, mas direitos iguais”, concluiu.
(Jornal
informe, de 13/03/2015)
Nenhum comentário:
Postar um comentário