quinta-feira, 23 de junho de 2016




A SAGA DOS PROFESSORES NO CENÁRIO DA CORRUPÇÃO

#Professor; #Corrupção, #Escolas #Alunos; “Educação; #Salário; #Governo; #Magistério


Num cenário político vergonhoso e mergulhado em desvios, manobras escusas e corrupção absoluta, chegam a causar estupefação os números apontados para cada furto do dinheiro público, esse dinheiro suado que conquistamos com nosso trabalho e que, obrigatoriamente, temos que pagar ao governo através dos impostos absurdos que são cobrados no Brasil. Falam-se em milhões, bilhões de reais distribuídos em propinas e contas no exterior, surrupiados do povo, anos a fio, para a farra dos políticos e respectivos partidos.

E a cada dia, quando lemos os jornais ou assistimos à TV, torna-se inevitável não pensar nas péssimas condições da saúde no Brasil e, sobretudo no falido sistema educacional, que reclamam suportes urgentes.

E é notório que uma das mais importantes funções da escola deve ser a de formar indivíduos pensantes, questionadores, contestadores, capazes de formar seu próprio convencimento. Porque a educação verdadeira é libertadora e deve brotar do próprio educando orientado convenientemente pelo Educador.

Mas ao sistema de governo corrupto não interessa que as pessoas se desenvolvam, que evoluam, porque indivíduos pensantes podem colocar em risco o próprio sistema de corrupção montado para se perpetuar.

E que tipo de educação está sendo oferecido para nossas crianças e jovens?

Uma educação de péssima qualidade, com escolas deterioradas e insuficientes e professores desprezados, maltratados e incapazes até mesmo de evoluir e se reciclar.

Somam-se a esse quadro deplorável o péssimo critério da progressão automática e as regras que tornaram proibitiva qualquer medida pedagógica para correção de comportamentos indevidos por parte do aluno. 

A progressão automática que deseduca e só interessa a um governo preocupado com manobras para enganar ao povo, serve apenas para divulgação da “redução” do número de analfabetos no país, enquanto, na verdade, cria um número absurdo de analfabetos funcionais. São alunos que chegam à terceira série sem sequer saber ler e escrever corretamente e que precisam ser alfabetizados quando, já na terceira série, teriam que aprender inúmeras outras coisas.

Mas ao sistema é conveniente porque mantém “bom” o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), um índice que sugere, enganosamente, a universalização de uma educação que não há.

Alunos chegam, hoje, ao ensino médio, sabendo ler e escrever, mas totalmente incapazes de redigir com perfeição, de interpretar um texto, de escrever uma boa redação. Porque é isso que interessa à manutenção do Poder vigente. E que chegam às Faculdades carregando erros grosseiros e sem saber sequer escrever com correção a língua de seu País.

Quanto ao sistema de controle, são professores que não dispõem de qualquer medida corretiva ante comportamentos absurdos de alunos, a que não podem corrigir pedagogicamente. São professores que têm que calar e aceitar sem qualquer restrição o aluno que debocha dos outros, o aluno que agride outros alunos e até os professores, o aluno que desrespeita ostensivamente os educadores, o aluno, enfim, que apresenta comportamentos antissociais, desrespeitosos e até, por vezes, criminosos, que servem de espelho defeituoso para os demais. Sem rédeas não se pode orientar o caminho de ninguém.

São professores que se deparam, muitas vezes, com alunos famintos, sem ter uma merenda decente para oferecer.... São professores-heróis, que lutam para ensinar em escolas caindo aos pedaços, sem qualquer estrutura mínima decente.

E aí se apregoam histórias de superação, de professores que caminham léguas para ensinar e dão aulas em escolas em que a chuva inunda as salas.  Ou em alunos que caminham léguas em lombo de burro ou atravessam rios para chegar à escola, como se o sacrifício de professores abnegados ou a coragem e persistência de alunos interessados fossem os paradigmas do que deva ser a educação neste Brasil.

E nesse contexto social e econômico deteriorado, sem escolas de qualidade, sem professores bem preparados e capacitados para seu mister, que sobrevivem sem a necessária e justa remuneração e respeito, os políticos e governantes continuam mamando nas tetas gordas das propinas de que se apropriam mais e mais, desviando todos os recursos que poderiam ser aplicados em saúde e educação neste País tão carente de ambos.

Paralelamente vão-se incentivando mutirões para pintar escolas e a difusão daquele velho jargão de que se pode educar com poucos recursos. E de que o professor pode fazer alquimia com alguns vidros vazios, uma vela, um potinho de água, algumas garrafas, caixas de papelão e, pronto, como num passe de mágica, já tem um verdadeiro laboratório de química. Que se plantando um caroço de feijão em um algodão umedecido, pode-se transmitir noções de ciências.

Enquanto isso, o Magistério, neste nosso País, continua sendo desrespeitado e tratado como uma profissão desimportante, de segunda categoria.

Os professores espoliados por salários aviltantes, sem direitos outros, sem respeito e sem segurança e condições de trabalho ou de alçar voos mais altos, porque escravos de planos de carreira inexistentes ou ridículos, do sucateamento das escolas, da impossibilidade de prosseguirem em seus próprios estudos para aquisição de uma melhor formação profissional, da total inexistência de infraestrutura e de material didático.  E, o que é pior, sendo responsabilizados pelo fracasso escolar, fruto exclusivo das péssimas políticas públicas de educação, que desviam valores do orçamento da educação – que já é insuficiente – para inexplicáveis destinos outros, numa infindável sucessão de roubalheiras e corrupção.

E o (des)governo segue dando ao povo pão e circo, disfarçados de bolsas-esmola e discursos inflamados de um governo “para o povo”, que, na verdade, só quer controlá-lo, manipulá-lo como marionete de suas manobras populistas.

E se existem leis que garantem a justiça, “eles” encontram um meio de burlá-las. Ou as modificam em prol de seus mesquinhos interesses.

E chega a ser risível quando ouço a propaganda “Brasil, Pátria Educadora! ”

E vendo e ouvindo essas cifras de bilhões que foram desviados em prol única e exclusivamente de interesses mesquinhos, eu me pergunto quando é que realmente os governantes vão pensar no povo...


E me respondo que, diante de tanta corrupção sendo desmascarada na nossa cara, todos os dias, quem sabe ainda possamos ter esperanças!!!

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